Ex-presidente recebeu unção durante programa cristão 'FlashPoint', informou a Reuters
Em meio à corrida eleitoral americana, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, recebeu nesta sexta-feira, 22, unção do evangélico e apresentador de televisão, Hank Kunneman, no programa FlashPoint. Durante a pregação, Kunneman, que também é apoiador do candidato, afirmou que as eleições seriam uma "batalha entre o bem e o mal".
"Há algo no presidente Trump que o inimigo teme: chama-se unção", disse o pastor no programa de televisão que atrai cerca de 11 mil espectadores.
Kunneman está entre uma das diversas vozes na mídia cristã que propagam mensagens de apoio a Trump. De acordo com ele, a corrida presidencial de 2024 é uma luta pela "alma da América", e Trump, que estaria sendo perseguido, tem a proteção de Deus. Atualmente, o republicano enfrenta diversas acusações criminais por fraude, subversão das eleições de 2020, pagamentos secretos e por se recursar a devolver documentos confidenciais após deixar a Casa Branca.
"Eles estão tentando levá-lo à falência. Eles estão tentando tirar tudo o que ele tem. Eles estão tentando colocá-lo na prisão", afirmou Lance Wallnau, outra personalidade da mídia cristã, após Trump pedir ajuda financeira aos seus eleitores por não conseguir pagar uma fiança de US$ 454 milhões (R$ 2,28 bilhões) do processo em que foi acusado de fraude. "A mão de Deus está sobre ele e ele não pode ser detido", acrescentou.
Nas eleições de 2016 e 2020, eleitores evangélicos saíram em apoio massivo a Trump. Neste ano não é diferente. Mesmo em meio às diversas acusações criminais, programas televisivos evangélicos reforçam apoio ao ex-presidente, afirmando que sua vitória é "vontade de Deus". O discurso desta ala conservadora representa um contraponto chocante com as opiniões expressadas pelos seus críticos, que o acusam de "desmantelar a democracia" com sua retórica "inflamada sobre os imigrantes ilegais no país".
Mídia cristã
Trump enfrenta inúmeros problemas jurídicos que incluem desde de subversão eleitoral até alegações de abuso sexual. No entanto, a enxurrada de ações legais serviram para aumentar amplamente o apoio a Trump entre os republicanos, principalmente os evangélicos. Nestas eleições, os cercas de 80 milhões de cristãos americanos podem ser um dos mais importantes grupos para a vitória do ex-presidente em novembro.
Grande parte desse apoio nasce das grandes mídias cristãs que ecoam a narrativa de que Trump sofre "perseguição" e que sua vitória é a "vontade divina". Segundo a National Religious Broadcasters (NRB), estes veículos evangélicos – que incluem podcasts religiosos, programas de rádio, TV a cabo e plataformas de streamings – possuem uma audiência mensal de 140 milhões de americanos.
Muitos eleitores cristãos também atribuem a Trump uma série de vitórias políticas, incluindo a decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos, em 2022, de anular o direito constitucional ao aborto, além da transferência da embaixada americana em Israel para Jerusalém.
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