Primo terrorista de Nasrallah é cogitado como seu sucessor na liderança do Hezbollah

O líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque de Israel nesta semana | Foto: EPA/WAEL HAMZEH

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Em vista da sua trajetória, é considerado o possível sucessor de
 Nasrallah desde 2006


O chefe do Conselho Executivo do grupo xiita libanês Hezbollah, o clérigo Hashim Safi al Din, desponta como um dos principais candidatos para suceder como secretário-geral do movimento político e grupo terrorista o seu primo materno, Hassan Nasrallah, morto em um ataque lançado por Israel em Beirute nesta sexta-feira.

Com a eliminação de sua principal liderança, o Hezbollah agora vive um momento crítico sob os intensos ataques israelenses que devastaram seus redutos no Líbano e levaram embora muitos dos seus comandantes.

No centro das atenções está Safi al Din, amplamente considerado o segundo na cadeia de comando da organização terrorista, onde também serviu como chefe do Conselho da Jihad para supervisionar suas operações militares.

Nascido em 1964 na cidade de Deir Qanun En Nahr, no sul do Líbano, o clérigo sempre esteve bem conectado com a liderança do Hezbollah e rapidamente subiu na hierarquia do grupo desde sua nomeação como membro do Conselho da Shura (órgão consultivo) em 1995.

Como a maioria dos clérigos xiitas e membros de alto escalão do Hezbollah, até 1994 realizou seus estudos islâmicos com seu primo Nasrallah nas cidades sagradas de Najaf (Iraque) e Qom (Irã), onde estão localizadas as principais escolas para quem aspira se tornar um grande aiatolá.

Ninguém duvida da influência de Safi al Din, criado em uma família altamente respeitada no sul do Líbano e cujo irmão Abdullah serve como representante e porta-voz do Hezbollah no Irã, principal apoiador do grupo, que possui uma milícia armada.

De fato, sua ligação com a República Islâmica assumiu um rumo mais pessoal depois que seu filho Reza se casou em junho de 2020 com Zeinab Soleimani, filha do poderoso comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária iraniana, Qassem Soleimani, que foi assassinado em janeiro daquele mesmo ano por um ataque seletivo dos Estados Unidos em Bagdá.

Assim como a maioria dos membros de alto escalão do Hezbollah – organização considerada terrorista por Israel e pelos EUA, mas não pela União Europeia, que apenas considera terrorista seu braço armado -, em 2017 Safi al Din foi designado terrorista por Washington, por ser "um membro-chave" do grupo, segundo nota publicada na época pelo Departamento de Estado americano.

Safi al Din atua como chefe do Conselho Executivo do Hezbollah desde 2001, mas também foi nomeado pela organização como comandante militar no sul do Líbano em 2010, uma posição-chave para liderar operações contra Israel.

Em vista da sua trajetória, é considerado o possível sucessor de Nasrallah desde 2006, quando Israel e o Hezbollah travaram uma breve guerra que durou cerca de um mês.

Tal como Nasrallah, Safi al Din apareceu em raras ocasiões desde o início dos confrontos fronteiriços com Jerusalém, há pouco menos de um ano.

Uma das suas últimas aparições públicas ocorreu em meados de setembro, quando condenou o assassinato por Israel do principal comandante militar do Hezbollah, Fuad Shukr, em um bombardeio seletivo nos subúrbios ao sul de Beirute conhecidos como Dahye, a mesma área onde Israel diz ter matado Nasrallah.

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