Em poucos anos, graças ao avanço da ciência, será possível fazer crescer novos dentes naturais
A saúde bucal é uma das questões mais importantes para as pessoas atualmente. Sua importância vai além da prevenção de doenças — ter uma dentição saudável, branca e completa também é uma questão estética. Em uma época em que a aparência se torna cada vez mais valorizada, a perda de um dente pode representar um grande sofrimento.
Até hoje, em 2025, os implantes são a solução para a perda de um dente, que pode ocorrer por diversos motivos: um acidente, a idade ou uma doença bucal. No entanto, pode estar chegando a hora de dizer adeus aos implantes dentários como os conhecemos, pois foi revelada uma descoberta científica que está revolucionando a odontologia.
Como todos sabemos, o corpo humano produz apenas dois conjuntos de dentes ao longo da vida de uma pessoa. Os dentes de "leite", que começam a surgir por volta dos 6 meses de idade e caem entre os 5 e 12 anos, aproximadamente. Depois, nascem os dentes permanentes ou definitivos, que, se forem perdidos, não voltam a nascer — incluindo os dentes do siso.
Agora, uma equipe de pesquisadores do King’s College de Londres propõe uma alternativa totalmente diferente: a possibilidade de cultivar dentes em laboratório. Com a colaboração do Imperial College, esses cientistas sugerem que os dentes perdidos possam se regenerar naturalmente dentro do corpo humano.
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Dentes criados naturalmente substituiriam implantes artificiais na odontologia (Foto: Freepik). |
Dessa forma, eliminam-se os riscos associados aos implantes dentários atuais, que vão desde a possibilidade de rejeição do novo dente, necessidade de cirurgia, até dificuldades na integração com o osso maxilar. "Os dentes cultivados em laboratório se regenerariam naturalmente, integrando-se à mandíbula como dentes reais", explicou Xuechen Zhang, membro da equipe de pesquisa.
Graças ao uso de um material especial que permite a comunicação entre células, os pesquisadores conseguiram replicar o ambiente no qual os dentes se formam durante o desenvolvimento embrionário. Assim, uma célula pode induzir outra a se transformar em uma célula dentária, iniciando o processo de formação do dente do zero.
Qual seria a diferença entre esses dentes e os implantes?
Nesse mesmo sentido, Zhang, doutorando no último ano da Faculdade de Odontologia, Ciências Orais e Craniofaciais, afirmou que esses dentes "seriam mais fortes, mais duráveis e livres dos riscos de rejeição, oferecendo uma solução mais duradoura e biologicamente compatível do que os preenchimentos ou implantes".
Antes de dar sinal verde para essa nova descoberta científica que poderia revolucionar a odontologia, ainda resta uma questão a ser definida: como esses dentes fabricados em laboratório seriam transferidos para a boca dos pacientes? Para resolver esse desafio, os pesquisadores do King’s College consideram duas alternativas.
A primeira possibilidade é implantar as células dentárias jovens diretamente na boca do paciente, na área onde o dente foi perdido. Assim, o dente poderia crescer no local da mesma forma que ocorre naturalmente nos primeiros anos de vida.
Como alternativa, os dentes poderiam ser fabricados no laboratório e depois transplantados. A diferença desses dentes em relação a um implante tradicional é que não se trata de uma "réplica artificial", mas de um dente natural. Portanto, embora seja implantado, não seria a mesma coisa.
Saoirse O’Toole, professora clínica de prostodontia no King’s College, afirmou que não falta muito para que essa nova ferramenta possa ser utilizada. "Essa nova tecnologia de regeneração dental é muito empolgante e pode representar uma mudança radical para os dentistas. 'Eu conseguirei ver isso durante minha vida como dentista? Possivelmente.'" Assim, a revolução na saúde dental está cada vez mais próxima.
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