Apesar da ampliação das operações na Faixa de Gaza, parece que a pressão dos Estados Unidos começa a surtir efeito — uma fonte anônima familiarizada com os detalhes disse ao Washington Post que "os Estados Unidos ainda estão ao nosso lado, mas podem suspender o apoio caso a guerra não chegue ao fim"
"A equipe de Trump alertou a Israel: 'Abandonaremos vocês se não encerrarem esta guerra'" — foi o que afirmou nesta segunda-feira (19) uma fonte com conhecimento do assunto ao Washington Post, em meio à retomada da ajuda humanitária a Gaza paralelamente ao aumento da pressão militar. "Politicamente, como no passado, Netanyahu tem meios para fazê-lo, com ampla maioria no Knesset e apoio em Israel, mas lhe falta vontade política."
"Netanyahu vendeu a ideia da retomada da ajuda humanitária na reunião do gabinete no domingo à noite, dizendo que se tratava apenas de uma questão técnica", acrescentou a fonte. A pressão por parte de Trump aumentou nos últimos dias, justamente enquanto Israel mobiliza dezenas de milhares de reservistas e intensifica a ofensiva militar sobre Gaza.
A mudança repentina de Netanyahu veio após uma nova onda de pressão pública e nos bastidores por parte do governo Trump, que há várias semanas tem pedido a Israel que encerre a guerra em Gaza. O Presidente Donald Trump declarou, durante sua visita ao Oriente Médio na semana passada, que "muita gente está morrendo de fome" em Gaza.
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu disse em um vídeo publicado hoje que Israel planeja "tomar o controle de toda a Faixa de Gaza", ao mesmo tempo em que retoma o envio de ajuda "mínima" para o território, descrevendo a fome em Gaza como uma "linha vermelha" que pode custar a Israel o apoio dos Estados Unidos.
No vídeo publicado nas redes sociais, Netanyahu afirmou: "Não podemos chegar a uma situação de fome, tanto do ponto de vista prático quanto político", enquanto a luta na Faixa de Gaza se intensifica.
Ele afirmou que "os melhores amigos de Israel no mundo", incluindo políticos americanos — que não nomeou, mas descreveu como "apoiadores fervorosos de Israel sem reservas" — disseram a ele que irão armar Israel e defendê-la no Conselho de Segurança da ONU, mas "não podem aceitar imagens de fome em massa".
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