Em conversa com Trump, Putin diz que não recuará em seus objetivos na Ucrânia

O Presidente dos EUA, Donald Trump, e o ditador russo, Vladimir Putin, têm mantido conversas nos últimos meses (Foto: EPA/JIM LO SCALZO / SPUTNIK POOL)

Além da Ucrânia, Trump e Putin discutiram relações no Oriente Médio, como a situação em torno do programa nuclear do Irã e a questão da Síria


O ditador da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira (3), em conversa por telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que não recuará em seus objetivos na Ucrânia, apesar dos apelos do americano pelo encerramento da extensa guerra no leste europeu.

"A Rússia não se desviará de seus objetivos", declarou o assessor presidencial de política internacional, Yuri Ushakov, em entrevista coletiva.

Ushakov destacou que Putin explicou a Trump que Moscou continuará seus esforços para eliminar as "causas originais" do conflito com a Ucrânia, que levaram ao confronto atual que já dura três anos. O ditador argumenta que foi "obrigado" a declarar guerra na Ucrânia para impedir a entrada do país na Otan, a aliança militar atlântica.

Trump "levantou novamente a questão de um rápido cessar-fogo", reconheceu o assessor presidencial, algo que segundo ele não será acatado pelo chefe do Kremlin.

Durante a conversa, que durou quase uma hora e foi a sexta que os dois líderes tiveram neste ano, Putin informou Trump sobre o cumprimento de medidas de caráter humanitário, acertadas com a Ucrânia durante as últimas negociações em Istambul, na Turquia, e afirmou que a Rússia está disposta a manter o diálogo com o país vizinho.

"Vladimir Putin observou que continuamos buscando uma solução política e negociada para o conflito", alegou o assessor, embora tenha ressaltado que não foi abordada especificamente uma terceira rodada de negociações entre Moscou e Kiev.

Além da Ucrânia, Trump e Putin discutiram relações no Oriente Médio, como a situação em torno do programa nuclear do Irã e a questão da Síria.

"A parte russa destacou a importância da solução de questões problemáticas e conflituosas exclusivamente por meios políticos e diplomáticos", disse Ushakov.

No mês passado, o governo Trump autorizou um ataque contra três instalações nucleares em solo iraniano, enquanto Moscou evitou se envolver diretamente no conflito, apenas condenado diplomaticamente a operação militar no país aliado do Oriente Médio.

Segundo o funcionário do Kremlin, Putin e Trump não abordaram a suspensão do fornecimento de certos tipos de armas americanas à Ucrânia, anunciada nesta semana por Washington.

O assessor presidencial reconheceu que Putin e Trump não falaram desta vez sobre uma possível reunião presencial entre eles no futuro.

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