O fim da Usaid foi duramente criticado por opositores do governo Trump e organizações internacionais
O secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou na terça-feira (1º) o fim das operações da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), criada em 1961 e considerada durante décadas como a maior distribuidora de ajuda humanitária do mundo.
O governo de Donald Trump já havia iniciado o processo de desmantelamento da agência em fevereiro, quando começaram os cortes de gastos públicos promovidos pelo bilionário Elon Musk, mas a partir de agora o Departamento de Estado assume a gestão total de assistência internacional dos EUA.
Rubio disse em comunicado que a Usaid não conseguiu cumprir seus objetivos desde o fim da Guerra Fria, além de criar uma rede de ONGs que, segundo ele, viveram "às custas dos contribuintes americanos".
"A era de ineficiência chegou oficialmente ao fim. Sob o governo Trump, finalmente teremos uma ajuda externa que prioriza nossos interesses nacionais", destacou o secretário de Estado.
De acordo com Rubio, a agência agia "como uma instituição de caridade e não como um instrumento da política externa dos EUA" e, às vezes, promovia "grupos anti-EUA" ou operações de mudança de regime em diferentes países.
Ele acrescentou que os cidadãos americanos "não deveriam ter que pagar impostos para financiar governos fracassados em países distantes" e prometeu que, a partir de agora, "a ajuda será direcionada e limitada no tempo".
Rubio, que como senador era um firme defensor da ajuda e da assistência externa dos EUA, anunciou em março o cancelamento de 83% dos programas de ajuda da Usaid, o que representa cerca de 5.200 contratos.
Durante o processo de fechamento, foi anunciado que, dos cerca de 10 mil funcionários e prestadores de serviços da agência em Washington e em seus escritórios em todo o mundo, apenas 294 permaneceriam no local para manter operações mínimas.
O fim da Usaid foi duramente criticado por opositores do governo Trump e organizações internacionais, que apontaram que sua extinção abrirá uma enorme lacuna nos programas de saúde, educação e resposta a crises humanitárias.
A Usaid foi criada em 1961 pelo presidente John F. Kennedy para canalizar a ajuda externa dos EUA para o desenvolvimento e a assistência humanitária. No entanto, a agência também foi criticada ao longo de sua história por usar a ajuda como uma ferramenta de influência política e favorecer os interesses estratégicos de Washington em detrimento das necessidades locais.
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