Hamas: Estamos analisando novas propostas de cessar-fogo que recebemos dos mediadores

Reprodução de Internet | Foto: AP

O grupo terrorista divulgou nesta quarta-feira seu primeiro comunicado oficial após a publicação do Presidente Trump.

O Hamas divulgou nesta quarta-feira (2) seu primeiro comunicado oficial após a postagem do Presidente dos EUA, Donald Trump. O grupo terrorista destacou que está analisando novas propostas recebidas dos mediadores e conduzindo consultas internas. 
O Hamas não fez referência direta ao esboço do acordo nem confirmou ou rejeitou a proposta, mas deixou claro que, de sua parte, o objetivo principal é acabar com a guerra. No domingo, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu embarcará para Washington. Na segunda-feira, ele se encontrará com Trump e discutirá, entre outros temas, a guerra em Gaza.

Hamas: Queremos um acordo para acabar com a guerra

"Os mediadores estão fazendo um grande esforço pra tentar fechar o abismo entre os dois lados, chegar a um acordo-base e começar uma rodada séria de negociações", disse o Hamas no comunicado. "Estamos agindo com alto senso de responsabilidade e mantendo consultas nacionais pra discutir as propostas que recebemos, com o objetivo de alcançar um acordo que garanta o fim da agressão, a retirada das forças e ajuda urgente pro nosso povo na Faixa de Gaza."

Mais cedo hoje, em meio às negociações, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu declarou:

Não vai mais ter Hamas. Acabou. Vamos libertar todos os nossos sequestrados. Os dois objetivos caminham juntos, e vamos concluir isso juntos. Vamos eliminar o Hamas pela raiz. Não vai mais existir Hamas.


Logo depois, fontes do Hamas disseram ao jornal saudita Asharq Al-Awsat que o grupo está agindo com "cautela" diante da nova proposta, por conta das "armadilhas" que ela pode conter. Segundo eles, o ponto que fala explicitamente sobre o fim da guerra ainda está mal definido. A liderança do Hamas teria repassado a proposta aos demais grupos palestinos para discussões internas, com o objetivo de formar um "consenso palestino" que apoie qualquer possível acordo.

As fontes do Hamas ainda disseram que "o item humanitário do protocolo, que fala sobre reconstrução de hospitais, escolas e infraestrutura, está vago e não traz nenhum compromisso real por parte de Israel. Ele só menciona o aumento no número de caminhões de ajuda humanitária entrando em Gaza."

Apesar disso, avaliaram que, depois de concluídas as discussões, pode haver uma resposta positiva à proposta — com algumas alterações sendo enviadas aos mediadores. Segundo eles, é possível fechar um acordo dentro de uma ou duas semanas, se tudo for conduzido de forma que atenda às aspirações do povo palestino.



Na noite passada, Trump escreveu que seus representantes tiveram uma reunião longa com Israel sobre a guerra e afirmou que Israel concordou com as condições necessárias para um acordo de cessar-fogo de 60 dias. Segundo ele, a proposta será repassada às partes envolvidas por meio do Catar e do Egito:

"Os catarianos e os egípcios, que trabalharam muito duro para promover a paz, vão entregar essa proposta final."

Netanyahu se encontrará com o Presidente Trump em Washington na segunda-feira. Arquivo | Foto: Reuters
Netanyahu se encontrará com o Presidente Trump em Washington na segunda-feira. Arquivo | Foto: Reuters


O plano em discussão

O plano que está atualmente sobre a mesa é uma versão "Witkoff aprimorada" — conforme a última proposta apresentada por Israel. 
Pelo que foi proposto, na primeira fase do acordo seriam libertados 8 reféns vivos, com mais 2 reféns vivos sendo soltos no 50º dia. Além disso, há um esforço para formular uma redação que satisfaça o Hamas quanto às garantias recebidas para a condução das negociações que visam o fim da guerra — de forma a acalmar os receios de que Israel retome os combates após o cessar-fogo, sem avançar de fato para o fim do conflito.

Os obstáculos

Atualmente, Israel enfrenta dois principais obstáculos: 

O primeiro é convencer o Hamas a aceitar um acordo parcial, já que Israel não pretende se comprometer, de forma antecipada, com o fim definitivo da guerra.

O segundo obstáculo é chegar a um consenso sobre as condições para encerrar a guerra. Israel fala em desmilitarização da Faixa de Gaza, desarmamento completo do Hamas e expulsão ou rendição da alta cúpula do grupo. No entanto, o grupo terrorista não aceita essas exigências, o que exige encontrar uma estrutura criativa de condições que permita viabilizar o fim do conflito sem exigir concessões que o Hamas rejeite de imediato.

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