Musk diz que vai criar partido para competir com Republicanos e Democratas

O empresário Elon Musk chefiou o Departamento de Eficiência Governamental do governo Trump. (Foto: EFE/EPA/ALI HAIDER /ARQUIVO)

"Eles perderão suas primárias no ano que vem mesmo que essa seja a última coisa que eu faça nesta Terra", afirmou Musk


O empresário e ex-aliado do Presidente Donald Trump, Elon Musk, anunciou no último sábado (5) a sua intenção de criar o "Partido da América". A nova legenda, segundo o sul-africano, viria para "devolver a liberdade aos Estados Unidos".

A ideia veio a partir de uma enquete criada pelo empresário em sua própria rede social, o X, que questionava se não "seria hora de criar um novo partido político nos Estados Unidos para representar os 80% do meio" – expressão usada por Musk para se referir à maioria dos eleitores independentes. Ele também criticou repetidamente o orçamento e a lei tributária do presidente republicano.

"Com uma margem de 2 para 1 [na enquete], vocês querem um novo partido político. E vocês terão! Quando se trata de levar nosso país à falência com desperdício e corrupção, vivemos sob um sistema de partido único, não em uma democracia. Hoje, o Partido América é formado para devolver a vocês a liberdade", disse, em publicação na rede.

O fundador da Tesla e da SpaceX acrescentou que uma "maneira de exercer" influência no atual sistema bipartidário dos EUA, dominado pelos partidos Republicano e Democrata, seria concentrar-se em conquistar "apenas duas ou três cadeiras no Senado e oito a dez da Câmara [dos Representantes]".

"Dadas as margens legislativas extremamente estreitas, isso seria suficiente para servir como voto decisivo em uma legislação polêmica, garantindo que atenda à verdadeira vontade do povo", disse o empresário.

Rompimento em razão de projeto econômico

A enquete ocorre após o rompimento público entre Musk e Trump. A principal razão é o chamado "grande e belo projeto de lei" que o mandatário sancionou na última sexta-feira, em meio à Independência dos EUA, que prevê o corte de trilhões de dólares em impostos para os americanos.

"Este é o maior projeto de lei desta categoria em toda a nossa história", afirmou Trump em pronunciamento na Casa Branca. "Nossa ideia era dividir as proposições por partes, mas decidimos por juntar tudo em um grande e belo projeto de lei que irá realizar o maior corte de impostos e gastos da história americana, em cerca de U$1,7 trilhão, que beneficiarão militares, civis e a criação de empregos em todos os setores. E, além de tudo isso, ainda teremos cada vez mais na proteção de nossas fronteiras e em nosso exército", disse o presidente em Washington.

A legislação, que recebeu sinal verde no Senado e deve retornar para análise na Câmara antes da assinatura final de Trump, prevê cerca de US$ 4,5 trilhões em corte de impostos, incluindo:

  • Novos incentivos fiscais como isenção de impostos sobre gorjetas e pagamento de horas extras;

  • Possibilidade de deduzir juros de alguns financiamentos de veículos;

  • Dedução de US$ 6 mil para idosos que ganham até US$ 75 mil por ano;

  • Dedução imediata de 100% dos custos de equipamentos e pesquisas para empresas americanas.


De acordo com uma análise de uma organização apartidária Congressional Budget Office (CBO), os contribuintes de renda média teriam uma redução de impostos de US$ 500 a US$ 1.500, enquanto os americanos com renda mais elevada sofreriam um aumento de US$ 12 mil com o plano fiscal.

Musk, crítico do projeto afirma que a lei aumentará a dívida americana, além de destruir milhões de empregos no país. O sul-africano também sugeriu punir parlamentares que apoiassem o projeto em questão.

"Eles perderão suas primárias no ano que vem mesmo que essa seja a última coisa que eu faça nesta Terra", afirmou Musk.

O Presidente americano respondeu o empresário afirmando que se ele não recebesse subsídios dos EUA para suas empresas, teria de retornar à África do Sul, seu país de origem.

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