Após virar alvo da Rússia, premiê da Estônia promete seguir apoiando a Ucrânia

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, gesticula ao chegar antes do início de uma reunião do Conselho Europeu na sede europeia em Bruxelas, em 1º de fevereiro de 2024 | Foto: LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images

"Isso me parece muito familiar: minha avó e minha mãe foram uma vez deportadas para a Sibéria e (então) foi a KGB que emitiu mandados de prisão fabricados", comentou

A primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, afirmou nesta terça-feira que o mandado de busca e captura emitido pela Rússia contra ela não irá silenciá-la e que permanecerá firme no seu apoio à Ucrânia.

"A Rússia pode acreditar que a emissão de um mandado de prisão fictício silenciará a Estônia. Recuso-me a ser silenciada: continuarei a apoiar abertamente a Ucrânia e a defender o fortalecimento das defesas europeias", disse Kallas em um comunicado.

A primeira-ministra sustentou que a medida adotada hoje pela Federação Russa "não é nada surpreendente", pois é uma tática "familiar" para tentar gerar medo.

"A Estônia e eu continuamos firmes na nossa política: apoiar a Ucrânia, reforçar a defesa europeia e combater a propaganda russa", enfatizou Kallas.

A governante frisou ainda que, ao longo da história, a Rússia escondeu as suas ações repressivas sob o pretexto de "aplicação da lei".

"Isso me parece muito familiar: minha avó e minha mãe foram uma vez deportadas para a Sibéria e (então) foi a KGB que emitiu mandados de prisão fabricados", comentou.

"Sempre afirmei que a caixa de ferramentas criminosas do regime russo não mudou. Recusamo-nos a ser intimidados pelas táticas de medo da Rússia", completou Kallas.

A Rússia emitiu uma ordem de busca e captura em seu território contra Kallas, assim como contra outros funcionários de alto escalão e deputados da Estônia e da Lituânia, segundo consta na base de dados do Ministério do Interior russo.

O motivo da ordem seria a destruição ou danos causados ​​a monumentos de soldados soviéticos no país báltico, segundo informaram hoje fontes das forças de segurança russas à agência de notícias TASS.

Ao comentar a situação em uma coletiva de imprensa nesta terça-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusou os países bálticos de "ações hostis contra a memória histórica" da Rússia.

Segundo o jornal digital Mediazona, que teve acesso à base de dados, o motivo específico no caso de Kallas é a retirada, em agosto de 2022, do tanque soviético T-34 da cidade de Narva, na fronteira com a Rússia, juntamente com outros monumentos.

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