Casa Branca é questionada se Trump planeja reconstruir o Templo Sagrado

Muitos viram semelhanças entre o rei bíblico Ciro e o Presidente Donald Trump. (Breaking Israel News)

Porta-voz da Casa Branca não descarta que Trump considere a reconstrução do Templo em Jerusalém, mas afirma que o tema ainda não foi discutido

Sobrancelhas se ergueram quando uma pergunta sobre a reconstrução do Beit HaMikdash (Templo Sagrado) foi feita na sala de imprensa da Casa Branca, na quinta-feira, trazendo um tema normalmente discutido em salas de estudo judaicos e debates proféticos diretamente para a conversa política nos EUA. O correspondente da Mishpacha na Casa Branca, Jake Turx, perguntou à porta-voz Karoline Leavitt se o Presidente Donald Trump já havia discutido a possibilidade de apoiar a reconstrução do Templo em Jerusalém.

"Até onde você sabe, o tema da reconstrução do Templo Sagrado em Jerusalém já foi mencionado?" perguntou Turx, após destacar a reputação de Trump por projetos de construção em grande escala e seus planos recentemente revelados para um salão de baile na Casa Branca. "Ele provavelmente será lembrado como o maior construtor desta era", disse Turx.

Leavitt, sem hesitar, não descartou a possibilidade de que o Presidente e magnata do setor imobiliário considerasse o projeto, limitando-se a responder: "Não houve. Não, não houve. Sinto muito, Jake".


A troca foi breve, mas imediatamente remeteu a um dos momentos mais simbolicamente potentes do primeiro mandato de Trump: a transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém, em maio de 2018.

Alguns atribuíram o sucesso de Trump, apesar da oposição avassaladora e por vezes inescrupulosa, à sua ligação com Jerusalém, conforme o versículo dos Salmos:

"Roguem pela paz de Jerusalém: 'Que prosperem aqueles que te amam.'" (Salmos 122:6)

Após a transferência da embaixada, o Sinédrio cunhou uma moeda cerimonial retratando Trump ao lado do rei persa Ciro, que facilitou o retorno do povo judeu do exílio babilônico e a reconstrução do Segundo Templo. O profeta Isaías chama explicitamente Ciro de "Mashiach" (Messias) por desempenhar esse papel, permitindo que Israel retornasse à sua terra e restaurasse o culto em Jerusalém. A comparação não era marginal nem obscura — ganhou força entre os apoiadores cristãos de Israel e também apareceu na retórica política israelense.

O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu fez publicamente a mesma comparação em 2018, afirmando que, assim como Ciro, Trump "fez história" ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A sugestão de que as políticas de Trump aproximaram o povo judeu da restauração da soberania em sua cidade capital foi aceita por muitos de seus aliados evangélicos e levada a sério por alguns ativistas do Templo Judaico.

A ideia de um Terceiro Templo não é especulativa dentro da Bíblia Hebraica. O profeta Ezequiel dedica oito capítulos descrevendo um futuro Templo, com medidas arquitetônicas exatas e rituais designados.

Alguns anos atrás, mencionar o Templo em uma coletiva na Casa Branca teria sido tratado como algo marginal. Hoje, a pergunta foi feita de forma direta — sem risos, sem desdém e sem escândalo.

A Bíblia descreve Jerusalém não como uma cidade negociável, mas como o centro da presença de Deus e o ponto de reunião futuro de todas as nações. Isaías escreveu:

"Porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." (Isaías 56:7)

Se Trump já cogitou a ideia, é algo incerto: ele ainda não manifestou isso. Mas a própria pergunta agora paira no ar. Isso sinaliza que o debate sobre o Templo entrou no âmbito da política pública, da identidade política e do significado religioso internacional.

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