Porta-voz da Casa Branca não descarta que Trump considere a reconstrução do Templo em Jerusalém, mas afirma que o tema ainda não foi discutido
Sobrancelhas se ergueram quando uma pergunta sobre a reconstrução do Beit HaMikdash (Templo Sagrado) foi feita na sala de imprensa da Casa Branca, na quinta-feira, trazendo um tema normalmente discutido em salas de estudo judaicos e debates proféticos diretamente para a conversa política nos EUA. O correspondente da Mishpacha na Casa Branca, Jake Turx, perguntou à porta-voz Karoline Leavitt se o Presidente Donald Trump já havia discutido a possibilidade de apoiar a reconstrução do Templo em Jerusalém.
"Até onde você sabe, o tema da reconstrução do Templo Sagrado em Jerusalém já foi mencionado?" perguntou Turx, após destacar a reputação de Trump por projetos de construção em grande escala e seus planos recentemente revelados para um salão de baile na Casa Branca. "Ele provavelmente será lembrado como o maior construtor desta era", disse Turx.
Leavitt, sem hesitar, não descartou a possibilidade de que o Presidente e magnata do setor imobiliário considerasse o projeto, limitando-se a responder: "Não houve. Não, não houve. Sinto muito, Jake".
REPORTER: Looking at these renderings, it got me thinking he’s [Trump] likely going to be remembered as the greatest builder of this era, and you’ve been part of many meetings with him. To your knowledge, has the topic of rebuilding the Holy Temple in Jerusalem ever come up?… pic.twitter.com/gUAmN55LMt
— Open Source Intel (@Osint613) October 23, 2025
A troca foi breve, mas imediatamente remeteu a um dos momentos mais simbolicamente potentes do primeiro mandato de Trump: a transferência da Embaixada dos EUA para Jerusalém, em maio de 2018.
Alguns atribuíram o sucesso de Trump, apesar da oposição avassaladora e por vezes inescrupulosa, à sua ligação com Jerusalém, conforme o versículo dos Salmos:
"Roguem pela paz de Jerusalém: 'Que prosperem aqueles que te amam.'" (Salmos 122:6)
Após a transferência da embaixada, o Sinédrio cunhou uma moeda cerimonial retratando Trump ao lado do rei persa Ciro, que facilitou o retorno do povo judeu do exílio babilônico e a reconstrução do Segundo Templo. O profeta Isaías chama explicitamente Ciro de "Mashiach" (Messias) por desempenhar esse papel, permitindo que Israel retornasse à sua terra e restaurasse o culto em Jerusalém. A comparação não era marginal nem obscura — ganhou força entre os apoiadores cristãos de Israel e também apareceu na retórica política israelense.
O Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu fez publicamente a mesma comparação em 2018, afirmando que, assim como Ciro, Trump "fez história" ao reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A sugestão de que as políticas de Trump aproximaram o povo judeu da restauração da soberania em sua cidade capital foi aceita por muitos de seus aliados evangélicos e levada a sério por alguns ativistas do Templo Judaico.
A ideia de um Terceiro Templo não é especulativa dentro da Bíblia Hebraica. O profeta Ezequiel dedica oito capítulos descrevendo um futuro Templo, com medidas arquitetônicas exatas e rituais designados.
Alguns anos atrás, mencionar o Templo em uma coletiva na Casa Branca teria sido tratado como algo marginal. Hoje, a pergunta foi feita de forma direta — sem risos, sem desdém e sem escândalo.
A Bíblia descreve Jerusalém não como uma cidade negociável, mas como o centro da presença de Deus e o ponto de reunião futuro de todas as nações. Isaías escreveu:
"Porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." (Isaías 56:7)
Se Trump já cogitou a ideia, é algo incerto: ele ainda não manifestou isso. Mas a própria pergunta agora paira no ar. Isso sinaliza que o debate sobre o Templo entrou no âmbito da política pública, da identidade política e do significado religioso internacional.

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