Fontes afirmam que o Presidente Trump está frustrado com a suposta pressão do Primeiro-Ministro israelense por uma ação militar contra o Irã
Fontes próximas ao Presidente dos EUA, Donald Trump, relatam que ele está decepcionado com o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu. As relações entre Netanyahu e o Presidente americano chegaram a um ponto crítico, marcadas por frustração mútua de ambos os lados. Fontes do círculo mais próximo de Trump afirmam que ele está cada vez mais impaciente com o premiê israelense.
No início desta semana, noticiamos que Netanyahu estaria frustrado com Trump. Agora, ao que tudo indica, o presidente americano também perdeu a paciência com seu homólogo israelense. Duas figuras de destaque no entorno de Trump revelaram, em conversas privadas — cujo conteúdo chegou ao jornal Israel Hayom — que o Presidente decidiu parar de esperar por Israel e avançar com suas iniciativas no Oriente Médio sem a participação de Netanyahu.
Segundo essas fontes, Trump deseja tomar decisões que, em sua visão, promovem os interesses dos Estados Unidos, especialmente em relação à Arábia Saudita e aos países do Golfo. Israel deveria participar de algumas dessas ações, principalmente no processo de normalização com os sauditas. No entanto, do ponto de vista de Trump, Netanyahu tem adiado as decisões necessárias. Diante desse cenário, o Presidente se recusa a esperar pelos passos de Israel e está avançando sem a colaboração do governo israelense.
Vale destacar que, como parte do processo de normalização com Israel, a Arábia Saudita exige o fim da guerra em Gaza e uma declaração israelense sobre um "horizonte para um Estado palestino" — ou alguma formulação semelhante. O ministro Ron Dermer, responsável por conduzir essa questão, tem dedicado inúmeras horas à elaboração de uma linguagem que demonstre a disposição de Israel em, no futuro, aceitar a criação de um "Estado palestino", levando em conta a forte oposição pública ao conceito e a sensibilidade política do termo dentro de Israel.
Além disso, Trump está furioso com o que considera uma tentativa de Netanyahu e sua equipe de pressionar o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz — que desde então foi demitido do cargo — a apoiar uma ação militar contra o Irã. Em resposta à publicação sobre o assunto no The Washington Post, Netanyahu afirmou que conversou com Waltz apenas uma vez. No entanto, Trump não se convenceu.
A irritação do Presidente parece explicar a exclusão de Israel tanto do anúncio sobre o cessar-fogo com os houthis quanto do próprio acordo. Vale ressaltar que, mesmo após Trump ter divulgado o acerto com os houthis, representantes israelenses responsáveis pelas relações com os EUA não conseguiram obter informações de funcionários da Casa Branca durante um período de 24 horas. Para além dessa exclusão, Trump não tem, no momento, nenhuma visita a Israel prevista em sua viagem pela região na próxima semana.
O distanciamento entre Trump e Netanyahu parece ser o pano de fundo para declarações recentes do primeiro-ministro e do ministro da Defesa, Israel Katz, indicando que Israel se prepara para um cenário em que terá que agir sozinho. Questionado por seu porta-voz se “Israel pode enfrentar sozinho a ameaça dos houthis?”, Netanyahu respondeu: “A regra que estabeleci é que Israel se defenderá com suas próprias forças”.
Na manhã desta quinta-feira, o ministro da Defesa, Israel Katz, reforçou a posição ao afirmar que "Israel deve ser capaz de se defender com suas próprias forças contra qualquer ameaça e qualquer inimigo. Isso foi verdade diante de muitos desafios no passado, e continuará sendo verdade no futuro".
0 Comentários