"Todos sairemos ganhando com isso, não só em termos de segurança, mas também economicamente"
Os Estados Unidos seguem pressionando os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) a aumentarem seus gastos com defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB), 3% a mais do que a atual meta estabelecida pela aliança, de 2% do PIB. O apelo foi reiterado nesta quinta-feira (15) pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, durante encontro com chanceleres da Otan em Antália, na Turquia, onde enfatizou a necessidade de fortalecer a aliança diante das crescentes ameaças globais, em consonância com o plano militar traçado pelo Presidente Donald Trump. "O objetivo da Otan é evitar as guerras, e por isso queremos que ela seja reforçada com níveis de gasto entre todos os sócios que permitam a cada um ser mais forte — e fortalecer também a Aliança", afirmou Rubio, defendendo um esforço coletivo para consolidar o poder de dissuasão da organização. O secretário acrescentou que o aumento proposto por Trump prevê um investimento "inaudito e incomparável" em defesa, ultrapassando a marca de um trilhão de dólares. O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, alinhou-se ao posicionamento americano, reconhecendo o papel de liderança exercido por Washington. Em entrevista coletiva após o encontro com os ministros de Relações Exteriores dos países aliados, Rutte afirmou que "a maioria dos aliados já está próxima de alcançar os 2% acordados, mas isso não é suficiente. Temos que ir muito além". Rutte defendeu que o aumento de investimentos servirá não apenas para ampliar a segurança coletiva, mas também para impulsionar setores econômicos estratégicos. "Todos sairemos ganhando com isso, não só em termos de segurança, mas também economicamente", disse. Ele ainda destacou a necessidade de investimentos contínuos na infraestrutura militar e em inovação tecnológica, além da eliminação de barreiras que dificultam a cooperação entre países aliados. O apoio à Ucrânia também foi tema central da reunião. Rutte deixou claro que o foco não é "alimentar a guerra", mas garantir que o país invadido pela Rússia tenha condições de se defender, com ou sem um eventual acordo de paz. "Sabemos que com 2% não conseguiremos cobrir todas essas carências. Temos que gastar muito, muito mais — de forma constante", completou. Ainda sobre a guerra no Leste Europeu, o secretário-geral da Otan lamentou a ausência do ditador russo, Vladimir Putin, nas negociações de paz previstas em Istambul. "A situação está claramente nas mãos da Rússia, mas eles enviaram uma delegação de baixo escalão e não estão aproveitando a oportunidade que o presidente Zelenski lhes ofereceu", disse Rutte. Durante o encontro, Rubio reiterou que a postura de Trump diante do atual cenário é voltada à construção de soluções e à pacificação de conflitos: "Trump está interessado em construir coisas, não em destruí-las. Ele quer acabar com as guerras — essa é a esperança com Rússia e Ucrânia".
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